segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A PROMESSA

Acabei a minha história. Se quiseres ver o resto da história, vai à página A PROMESSA. Segue-se o final da história que faltava. Por favor comentem.... ;)



O Diário De Rui
1 De Setembro:
Estes últimos dias foram muito tristes. Ainda era 29 de Agosto quando acordei e reparei no céu cinzento, cheio de nuvens. No dia anterior tinha sido um dia lindo de sol que até custava a acreditar que ia chover. Meti-me no carro e fui para o hospital. Como sempre, entrei pelas urgências para dizer “olá” aos meus colegas. Ao passar por eles notei que estavam todos um pouco tristes, e nem deram pela minha presença.
Apressei-me a chegar ao quarto de Leonor e Júlia. Quando entrei, estaquei, espantado.
O quarto parecia que tinha sido assaltado. As mesas-de-cabeceira foram deitadas ao chão, os lençóis da cama revirados, os candeeiros partidos no meio do chão. E a Leonor sentada, no meio do quarto, abraçada aos joelhos, a balouçar para a frente e para trás.
Fui ter com ela. Agachei-me e perguntei-lhe o que acontecera. Ela respondeu-me com a voz mais triste que alguma vez na vida tinha ouvido:
- Ela morreu.
Nesse momento percebi por que o quarto estava assim. Abracei-a e chorámos os dois.

No dia seguinte, foi o funeral. Leonor não foi. Quando cheguei, avisaram-me que o médico de Leonor queria falar comigo e fui, sem passar pelo quarto dela. Quando entrei no consultório, vi o doutor com um envelope na mão. Virou-se para mim e deu-me o envelope.
- Deite isto fora.
- O que é? – ele não respondeu. Vi o nome de Leonor no envelope. Parecia a letra de Júlia. Não disse nada e saí. Enquanto andava pelo corredor, decidi que não faria nada à carta. Entrei no quarto de Leonor e dei-lhe a carta. Sentei-me no lado oposto da cama em que ela estava para ter a certeza de que ela lia a carta. Passado algum tempo, ao ver que eu não arredava pé, pegou na carta e leu-a.

Carta De Júlia Para Leonor
Olá, Leonor. É óbvio que quando estiveres a ler esta carta, que eu já me tenha suicidado.
Sei que deves pensar que te enganei e que te deixei sozinha neste mundo a sofrer e a lutar por algo que parece nunca ter fim. Mas não estás sozinha, há mais pessoas do que julgas que gostam e olham por ti. Os teus pais, o Rui, os médicos, tanta gente. E eu? Eu estarei sempre aqui a olhar por ti.
Estarei a ver e a ouvir se cumpres a nossa promessa, que nunca deve ser quebrada: sê feliz. O que eu fiz foi apenas uma escolha que há muito tinha tomado. Espero que não tomes o caminho mais fácil, como eu fiz. Mas, de qualquer maneira, aqui te espero com um sorriso. JÚLIA

O Diário De Rui
Quando ela acabou de ler a carta, levantou-se, calçou-se, vestiu um casaco e pegou numa caneta que tinha à mão.
- Leva-me ao cemitério.
- Mas agora?
- Sim.
Dirigimo-nos o mais rapidamente para o cemitério. Quando chegámos, indiquei-lhe onde estava a campa da Júlia. Não fui com ela, para lhe deixar algum espaço. Mas pude ver o que ela fez claramente. Quando chegou, destapou a caneta e ajoelhou-se ao lado da campa. Ao lado do nome, ela escreveu “Para sempre a tua melhor amiga, Leonor”.

FIM

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